7 de maio de 2019

Saúde desde a origem

O setor farmacêutico é o mais bem colocado do mercado quando se fala em rastreabilidade. Hoje, 87% das indústrias já se utilizam da tecnologia para acompanhar o trajeto dos produtos até chegar ao consumidor.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) prevê, por meio do Sistema Nacional de Controle de Medicamentos (SNCM), rigor ainda maior no rastreio desses remédios. A Anvisa estabeleceu que, até 2022, todas as indústrias farmacêuticas nacionais tenha em sua linha de produção uma impressora especial que proporcione a fabricação de embalagens com código 2D.

Executivo da Associação Brasileira de Automação (GS1 Brasil) no setor farmacêutico, Marcelo Oliveira Sá conta que, por ter características diferentes das demais indústrias e ser altamente regulado, as empresas já se encontram em processo de adaptação às novas regras. “Agora estamos num processo em que as empresas começaram a se preparar a essa regulamentação”, diz.

A regulamentação faz aumentar o nível da indústria brasileira quanto à rastreabilidade, que atualmente é considerado eficaz para os padrões de mercado, acredita o presidente-executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), Nelson Mussolini. Conforme ele, o rastreio dos produtos tem efeito benéfico para cadeia de consumo. “Efetivamente, a rastreabilidade é importante nas questões de eventual recall, diminuindo o risco sanitário. As indústrias estão apoiando a nova lei que foi aprovada há dois anos e criou os prazos para que sejam implementadas em todas as embalagens um código 2D, para rastrear o produto”, acrescenta.

Anapatrícia Vilha, doutora em Política Científica e Tecnológica pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), lembra que a evolução desse sistema é uma demanda da sociedade. “Tanto para entender como se aplica medicamentos desenvolvidos e vendidos nas farmácias, como também uma demanda do mercado. Me refiro não só as empresas, mas também o Governo. Ele vem se debruçando sobre essa exigência, acompanhando o movimento de outras agências regulatórias ao redor do mundo”, destaca.  Nesse sistema, na fábrica, cada caixinha de medicamento recebe um número único de identificação impresso num grega todas as informações relativas a ele, além do histórico e trajetória do produto nas diferentes etapas logísticas.

Com o código, é possível enviar para a Anvisa informações sobre como o remédio foi produzido e para quem foi vendido, sendo distribuidor ou rede de farmácias. Esses receptores enviam para agência reguladora informações sobre o recebimento e avisam onde será vendido o produto para os consumidores.

“Hoje temos a rastreabilidade por lotes, mas, a partir de 2022, todas as caixas de remédio terão código de rastreabilidade. Algumas empresas já estão realizando planos pilotos, pois tudo precisa ser muito bem testado para não haver erros”, observa. Cada equipamento custa entre 1,5 milhão e 5 milhões de euros, variando de acordo com a velocidade de processamento. O investimento demandado ainda vai exigir a evolução tecnológica de todas as empresas do setor, acredita o presidente da Sindusfarma. Mas o consumidor não será afetado com aumentos de preços, pois o valor é regulado pela Anvisa. “A indústria farmacêutica entende que é um investimento que vale a pena para dar maior segurança sanitária ao País”, expressa Mussolini.

Fonte: O Povo

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